O livro Teoria do Drone foi publicado originalmente sob o titulo Théorie du drone por volta de 24 de abril de 2013 pelo filósofo e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique, Grégoire Chamayou. Trata-se de um livro de ciência política que aborda de forma crítica as ações desenvolvidas pelas forças armadas de alguns países com o uso de drones. A discussão sobre este assunto permeia os aspectos éticos, jurídico e filosófico.
Depois desta simples introdução, cabe destacar que o objetivo deste texto é fazer uma discussão rápida e objetiva dos assuntos tratados neste livro para que você possa ter uma noção do que é tratado nele antes de comprar ou iniciar a sua leitura. Não se trata de uma indicação de compra ou de leitura, mais de uma análise de alguns assuntos levantados por este autor.
Sumário
O que é um Drone
Antes de começarmos a discussão, é importante compreendermos qual equipamento ou eletrônico pode ser chamado de drone. Creio que ao falar sobre drone a primeira coisa que veio a sua mente foi a de um objeto voando e fazendo aquele barulho esquisito, parecido com o barulho de uma abelha.
Os drones podem ser do tipo terrestres, marítimos, submarinos, subterrâneos e aéreos. Por tanto, qualquer equipamento que possa ser pilotado a distância pode ser “dronizado”, ou seja, transformado em um drone.
Qual a vantagem do uso de drones pelas forças armadas?
Para Grégoire Chamayou a vantagem dos sistemas de aeronaves não pilotadas é que podem projetar poder sem projetar vulnerabilidade, ou seja, você pode matar e vencer o inimigo sem a necessidade de correr riscos no campo de batalha.
Além disso, os drones podem reduzir custos enormes ligados ao uso das forças armadas em campos, tais como:
- Custos políticos associados as perdas de soldados;
- Custos econômicos associados ao uso de aeronaves e equipamentos militares;
- Custos éticos ou reputacionais associados aos efeitos sentidos da violência cometida.
Todas estas vantagens contribuíram para que os drones se tornassem os queridinhos das forças armadas de todo o planeta.
A teoria do Drone e a apatia dos operadores
Com essa perspectiva, Chamayou se concentra no caráter ontológico do ato de matar a distância, focando na construção social desse instrumento, mas principalmente na apatia dos operadores e ineficiência desse processo.
De acordo com o autor, esse efeito os força tornarem-se meros “autômatos”, principalmente porque o status ontológico dessa prática não é o combate, colocando o seu corpo em aventura de morte – o que comunica com o debate de Frédéric Gros (2009) – mas sim a caçar e matar, e voltar a sua vida cotidiana. Como registra a insígnia dos operadores do Reaper, demonstrando a completa eliminação e uma relação moral à atividade: “Que morram os Outros” [1]
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