Sumário
Introdução
Em primeiro lugar, as regiões geoeconômicas é uma proposta de regionalização que tem como objetivo reunir os estados da federação que possuam aspectos naturais e socioeconômicos parecidos.
É sempre difícil e complexo falar sobre a regionalização do espaço brasileiro, pois se trata de um país de dimensões continentais e com certas especificidades. Por exemplo:
- Diferenças sociais,
- Ambientais,
- Econômicas.
O Norte de Minas Gerais, por exemplo, faz parte do complexo regional nordestino. Por outro lado, o extremo Sul do Mato Grosso pertence à região Centro-Sul e o restante do seu território faz parte da Amazônia.
A porção Oeste do Maranhão integra-se à Amazônia, e o extremo Sul do Tocantins pertence à região Centro-Sul [1]
Características básicas das regiões geoeconômicas
Os processos sociais e econômicos que ocorreram principalmente a partir da década de 1950 contribuíram para uma nova organização regional do espaço no Centro-Sul (uma espécie de fusão das regiões sudeste, sul e parte da região centro-oeste),
Nordeste e Amazônia (região dos estados da região norte e parte do estado de Mato Grosso). Estas divisões contribuem para entender que existem cerca de três Brasis, cada um tendo características econômicas, ambientais e sociais diferentes. Esta divisão dá origem ao que se chama de regiões geoeconômicas.

É importante destacar que estas três regiões não estão desarticuladas, pelo contrário, cada uma possui uma função no cenário nacional, onde existe a possibilidade de caracteriza-la a partir dos aspectos sociais, ambientais e econômicos.
Como exemplo, é possível citar a divisão do trabalho, fruto do processo de expansão do capitalismo, os fluxos de pessoas e mercadorias, a distribuição das empresas, das indústrias e sua infraestrutura.
A divisão do trabalho a qual cada complexo regional está submetido contribui para que as diferenças entre estes três Brasis sejam ampliadas. Neste caso, esta divisão territorial se torna mais evidente, não pelas diferenças ambientais ou sociais, mas pela função que cada região passa a ter na economia nacional.
É por esse viés, que se dá a organização do territorial brasileiro até então. É preciso destacar que as regiões também se diferenciam devido, principalmente aos diferentes modos de produção, relações sociais, circulação e consumo, organização espacial, natureza e densidade populacional.
Região Centro-Sul
Para Roberto Lobato Corrêa a região Centro-Sul se distingue das remais regiões por sua característica econômica e política, sendo considerada o coração econômico e político do país, onde ocorre a gestão política e as decisões empresariais por meio das grandes corporações.
Tudo isso irá definir o modelo de produção, circulação e distribuição das mercadorias e das empresas em território nacional.
Nesta região, é importante destacar o papel desempenhado pelo Estado de São Paulo, que é considerado o centro financeiro do país, pois é lá que estão as sedes dos grandes bancos e quase todo o complexo industrial do país. A atividade industrial se localiza basicamente no Estado de São Paulo, em Belo Horizonte, nos centros de Joinville, Brusque e Blumenau, em Santa Catarina e em Porto Alegre e Caxias do Sul.
O Centro-Sul concentra uma densa rede rodoviária, contribuindo para que os fluxos de mercadoria sejam mais intensos do que em outras regiões. Também concentra os principais portos do país, sendo os mais importantes o de Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Paranaguá e Rio Grande.
Tudo isso demonstra que a região Centro-Sul possui destaque no país devido a sua importância no setor produtivo, econômico e tecnológico.
Região Nordeste
Em relação a região Nordeste, se trata de uma região com oportunidades reduzidas, principalmente devido ao baixo desempenho econômico, industrial, agropecuário e político. O declínio desta região inicia-se já no período da cana de açúcar.
A partir daí, não há uma especialização produtiva e/ou um destaque na produção em grandes quantidades de uma determinada cultura.
Do mesmo modo, a perda demográfica também se faz presente com a ida de um grande quantitativo de pessoas para o Centro-Sul, em especial para São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, se observa alguns fluxos migratórios em direção a Amazônia e algumas áreas do próprio nordeste. Estes fluxos migratórios decorrem da ausência de empregos e oportunidades na região.
A região geoeconômica do Nordeste também é caracterizada por baixos índices de escolaridade, de qualidade de vida e índices mais elevados de mortalidade infantil em algumas partes dos Estados que compõem esse complexo.
Porém, diferentemente dos demais locais, as áreas litorâneas das cidades nordestinas costumam concentra grupos de elevada renda, além de serviços de saúde, educação e infraestruturas mais avançados.
Regiões Amazônica
A Amazônia por sua vez, é caracterizada como uma região na fronteira do capital e da produção agropecuária. Bem como é uma região que se beneficiou com os surtos da borracha. Além disso, passou por grandes transformações com os programas governamentais de ocupação e integração às demais regiões brasileiras.
A integração desta região demandou um forte processo de ocupação populacional. Assim como a retirada da vegetação e exploração dos recursos naturais existentes. Este processo levou a retirada de comunidades tradicionais e indígenas. Ou seja, estas comunidades tiveram como única opção a ida para os precários centros urbanos das cidades da Amazônia.

A princípio, destaca-se que esta região ainda sofre com a retirada da vegetação nativa para a criação de gado, produção de soja, milho, entre outros.
Os investimentos governamentais na região amazônica
Os investimentos governamentais permitiram a construção de rodovias, hidrelétricas, aeroportos, núcleos de mineração e até áreas industriais. Estes são exemplos de ações governamentais que viabilizaram, mesmo que de forma precária, o processo de ocupação e integração desta região com as demais regiões geoeconômicas do país.
Todos estes investimentos também geraram conflitos de ordem ambiental e social. Nesse sentido, houve um certo aumento dos grandes latifúndios com a ida de produtores do Centro-Sul para a Amazônia, além de uma intensificação no processo de desmatamento para a conversão da floresta em pasto para a criação de gado.
Escolha a opção mais adequada para citar este texto.
[citationic]
Referências consultadas
[1] GEIGER, Pedro P. Organização Regional do Brasil. In: Revista Geográfica, v. 33 (61), 1964 p. 25-58.
CORRÊA, Roberto Lobato. A organização regional do espaço brasileiro. Geosul. v. 4 n. 8 (1989).
BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. IBGE, Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro, 2017.
* Créditos da Imagem: Raphael.lorenzeto / Wikimedia Commons