
Do ponto de vista ambiental, existem dois grandes campos de força associados ao planeta Terra: o campo gravitacional e o campo magnético. O campo gravitacional nos mantém na Terra, impedindo que sejamos jogados ou expelidos para o espaço exterior.
O campo gravitacional também impede que a atmosfera seja expelida do planeta. É a atmosfera que protege o planeta contra algumas radiações nocivas, tais como raios ultravioletas UVC.
O que a maioria das pessoas não sabem é que o campo magnético forma um escudo magnético em volta de todo o planeta Terra, que a protege contra radiações extremamente nocivas, tais como os raios cósmicos e o vento solar. Sem o campo magnético, a vida no planeta mudaria completamente.
De acordo com Thomas G. Barnes (2010) embora não haja perigo de o planeta perder seu campo gravitacional, a intensidade do campo magnético terrestre está decaindo mais rapidamente do que qualquer outro fenômeno geofísico global. Esse contínuo enfraquecimento do campo magnético terrestre e o associado aumento da incidência de radiação nociva estão além do controle do homem.
A origem do Campo Magnético Terrestre
Na Ásia Menor, próximo à antiga cidade grega de Magnésia, existem grandes jazidas de um óxido de ferro de composição Fe3 O4. Desde os tempos antigos esse mineral era conhecido por possuir a propriedade de atrair outros pedaços de mineral do mesmo tipo e também de atrair pedaços de ferro comum.
Acredita-se que o nome de “magnetita” foi atribuído a este material por causa do local no qual foi originalmente descoberto. Embora ninguém saiba quão antiga foi a descoberta deste material magnético, Tales de Mileto, que viveu por volta dos anos 600 antes de Cristo, já havia falado dele.

Havia também há muito tempo o reconhecimento do fato de que, se um mineral magnético natural fosse suspenso a ponto de se manter livremente oscilando, ele tenderia a se direcionar no sentindo norte-sul. O nome lodestone (“pedra guia”) foi dado a ele pelos povos germânicos (“ímã” ou “magneto”, em Português). Tem-se conhecimento do uso de uma agulha magnética como bússola, pelos chineses, antes do ano 1.000 A.D. Por volta desta data,
ela começou a ser comumente utilizada na navegação.
Mudanças do Campo Magnético
Os pólos magnéticos da Terra não sofrem deslocamentos lentos ao longo dos tempos. Eles sofreram inversões bruscas, com certa frequência, desde a origem da Terra até hoje. Isto é, o pólo norte de hoje já esteve no sul, depois retornou ao norte, sucessivas vezes, sempre em mudanças bruscas, para não dizer instantâneas. Foi isso que denunciou a bússola do navegador português em Bombaim, no ano de 1538: a rocha sob a qual colocava seu aparelho datava de uma época em que os pólos estavam invertidos.
Vejamos o que este navegador disse:
Quando eu coloquei minha bússola sobre uma grande rocha para verificar a orientação da ilha, a agulha magnética subitamente girou indicando norte onde antes era o sul. Quando vi isso, eu supus que a agulha houvesse saído do seu eixo e retirei novamente a bússola daquela rocha para colocá-la em ordem. Quando eu fiz, subitamente a agulha girou e o norte retornou ao seu lugar original! Concluindo que essa estranha ocorrência deva ser causada pela natureza da rocha, eu retirei e coloquei o instrumento repetidas vezes, e em todas elas o fenômeno se repetiu. Muito surpreso com o incidente, eu caminhei por todo aquele monte colocando a bússola em cada rocha que encontrava, mas não ocorreu qualquer variação.
Fenômenos como esse foram observados outras vezes, como na Índia, durante o século XIX, e na França e Japão, no início do século XX. Muitos cientistas procuraram explicações para o fenômeno, porém só em 1963 que os cientistas conseguiram explicar o fenômeno.
Cientistas da Universidade Nacional Australiana e do Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos descobriram que rochas presentes em diversos lugares do planeta apresentavam polaridade invertida. E, o mais importante, essa inversão ocorrerá várias vezes durante a história da Terra. Os cientistas puderam concluir que, periodicamente os pólos magnéticos da Terra se invertem e que as rochas vulcânicas que se formam nesses períodos conservam o magnetismo inverso até hoje.
Quais seriam as consequências de uma inversão magnética nos dias atuais?
É importante destacar que a última inversão magnética ocorreu a cada 200 mil anos nos últimos 5 milhões de anos. O interessante é que a última inversão ocorreu há mais de 700 mil anos. E se a inversão magnética ocorrer hoje? Em primeiro lugar, todo o sistema de orientação dos aviões, navios e mísseis poderia entrar em colapso. Todos os seres vivos que de alguma forma dependem do campo magnético para se orientar provavelmente não encontrariam mais o caminho de casa.
O clima também seria afetado, pois a radiação solar incidente poderia sofre interferência do enfraquecimento temporário do novo campo magnético, incindindo em quantidades maiores na atmosfera, o que iria contribuir para um aumento no volume de chuvas e produção de invernos mais rigorosos.
Referências consultadas
Barnes, Thomas G. Origem e destino do campo magnético terrestre / Thomas G. Barnes;
[tradução, Daniela Simonini Teixeira]. – Brasília : Sociedade Criacionista Brasileira, 2010
Branco, Samuel Murgel. A deriva dos continentes. São Paulo, 1992.