As colinas de Golã e a geopolítica atual envolvendo Israel e os Países árabes

Com o objetivo de vencer Israel em uma batalha militar, o líder Egípcio Nasser se confiou em uma aliança árabe (Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia) e no apoio militar da União Soviética. Em maio de 1967 o líder egípcio solicitou a saída de tropas da ONU que estavam junto à fronteira entre Israel e Egito.

Mas seus planos não saíram conforme o planejado. Com a ameaça de Nasser de bloquear a passagem de navios Israelenses pelo estreito de Tiran, Israel não esperou a ameaça se concretizar e pegou de surpresa seus inimigos árabes Egito, Síria e Jordânia.

Esta guerra durou aproximadamente Seis dias, daí o nome Guerra dos seis dias. Com esta guerra Israel incorporou junto a seu território a Península do Sinal, pertencente ao Egito, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém oriental, da Jordânia e as Colinas de Golã da Síria. Mesmo com a pressão da ONU, Israel se recusa a devolver os territórios ocupados, e cada dia que passa intensifica o processo de ocupação destas áreas.

As colinas de Golã ganhou notoriedade no mundo após o reconhecimento dos Estados Unidos de ser um território israelense. Trata-se de mais um capítulo na conturbada relação de Israel, apoiado pelos Estados Unidos e alguns países ocidentais, com os países árabes, apoiado por sua vez pela Russia. No mapa abaixo você poderá visualizar a área que compreende as colinas de Golã, anexada por Israel.

A anexação desta área também revela uma tensão hídrica que aumenta cada vez mais entre Israel e os demais países fronteiriços. O Rio Jordão, um dos principais rios do oriente médio tem suas principais nascentes nas Colinas de Golã e abrange as áreas do Líbano, da Síria, da Jordânia e de Israel.

Com Israel dominando a área que concentra as principais nascentes do Rio Jordão, logo este terá controle sobre a água que os demais países utilizam e isso é um motivo de grande preocupação. Até os dias atuais estas áreas são reivindicadas por outros países.

Além das colinas de Golã, Israel também passou a controlar parcela importante do Rio Yarmuk e de pequenos rios da Cisjordânia. Isso permite dominar o alto e o baixo vales do rio jordão, de onde obtém água para irrigar plantações no Deserto do Neguev garantindo assim a expansão israelita por meio de diversos assentamentos, especialmente na Cisjordânia.

Ah, e os problemas não param por ai. Para complicar ainda mais o atual cenário, o Jordão é um rio precário oferecendo a menor quantidade de água potável por habitante no mundo. O leste e o sul da bacia recebem entre 50 mm e 250 mm de chuva anuais. As maiores precipitações, próximas às nascentes, não chegam a 1.000 mm anuais.