Introdução
A biogeografia, assim como em vários ramos da ciência, procura utilizar-se de explicações de outros campos de estudo, tais como:
- Ecologia
- Biologia
- Geografia física
- Geologia
- Climatologia
- Pedologia
- Botânica
- Zoologia
- Genética, etc.
Seu campo de estudo centraliza-se na biosfera: litosfera, atmosfera e hidrosfera, na parte onde há vida biológica.
Definições de biogeografia
De Martonne (1927) afirma que a Biogeografia estuda a distribuição dos seres vivos terrestres e as causas que a condicionam. Esta área é subdividida em geografia botânica (fitogeografia) e geografia animal (zoogeografia).
Para Furon (1961) a biogeografia é a ciência que estuda a distribuição dos seres vivos na superfície dos continentes e no interior dos oceanos. De acordo com este autor a biogeografia pode ser dividida em três ramos: Biogeografia estatística, histórica e dinâmica.
Para Watts (1971) a biogeografia procura estabelecer padrões de ordem, na busca pelos mecanismos que contribuem para a organização e distribuição das plantas e animais.
De acordo com Elhai (1968) a Biogeografia estuda os organismos vivos, as plantas e os animais na superfície do globo.
Segundo Dansereau (1949) a Biogeografia é a ciência que estuda a distribuição, a adaptação, a expansão e a associação das plantas e dos animais.
Para dar conta de estudar estes aspectos, no tempo e no espaço, o estudo dos seres vivos precisa levar em conta os níveis de integração da biogeografia.
Diferentes níveis de integração da biogeografia
Os níveis de integração da biogeografia são: paleontológico, paleo-ecológico, aerográfico, bioclimatológico, auto-ecológico, sinecológico, sociológico e industrial.
Paleontológico
Início, desenvolvimento e desaparecimento das plantas e animais.
O estudo deste tópico envolve conceitos que vão desde a origem e evolução dos grupos através dos tempos geológicos, separação dos continentes, transgressões marinhas e evolução da vegetação
Paleo-ecológico
Trata da evolução das espécies, mudanças geográficas do clima e da vegetação.
A Paleoecologia procura investigar os efeitos das glaciações, como destruição, restrição, isolamento e endemismo das espécies. O clima glacial, as flutuações e relíquias post-glaciais.
Aerográfico
Contribui para o estudo da distribuição das espécies de plantas e animais.
A distribuição das espécies de plantas e animais é estudado a partir das descontinuidades e as relações que as criam. Além disso, investiga-se as áreas que não sofreram e as que sofreram interferência humana.
Os estudos aerográficos necessitam do entendimento dos seguintes conceitos:
- Cosmopolitismo ou endemismo das espécies;
- Vicariância (as espécies são relacionadas entre si, mas apresentam distribuição geográfica descontínua);
- Epibiotismo (as condições favoráveis a determinada planta e animal);
- Continuidade (plantas e animais que se distribuem sem intervalos);
- Descontinuidade.
Bioclimatológico
Estuda os fatores climatológicos responsáveis pela atual limitação.
Busca-se saber primeiramente os princípios da classificação dos climas: fatores e elementos. O comportamento das espécies de acordo com as características das grandes zonas climáticas: a zona quente (equatorial, tropical e subtropical), e zona temperada.
Auto-ecológico
Estuda o ser vivo individualizado, envolvendo suas principais características.
Neste nível de integração, busca compreender as condições de adaptação do indivíduo, a área ou habitat em que vivem, fatores químicos, físicos e biológicos.
Sinecológico
Estuda o meio e os motivos do equilíbrio existente. A sinecologia procura estudar todos os organismos presentes num determinado habitat.
Sociológico
Estuda como as espécies de associam entre si. Neste caso, há a necessidade de grande conhecimento sobre biologia e taxonomia.
Industrial
Pesquisa a adaptação do homem ao meio. Este nível considera que o homem tem o poder suficiente de mudar o meio com maior intensidade e em maior extensão. As mudanças decorrem desde as sociedades primitivas, além das seguintes atividades: migrações, colonização, indústria, exploração florestal.
Deste modo, o objeto de estudo da Biogeografia são os seres vivos, seus processos de multiplicação e dispersão.
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Referências consultadas
ELHAI, H. Biogéographie. Paris: Armand Colin, Col. U. 1968. 401 p.
FURON, R. La Distribuición de los Seres. Trad. R.Brito. Buenos Aires-Barcelona, Nueva Col. Labor, 1961, 163 p.
MARTONNE, D. de Traité de Géographie Physique. T.III; Biogéographie, par Chevalier, A.; et Guenot L. Paris: Masson et Cie, 1927. 358 p.
Watts, D. Principles of Biogeograph. New York: Mc Graw-Hill Book Company 1971. 401 p.
DANSEREAU, P. Introdução à Biogeografia. Revista Brasileira de Geografia, XI (1): 1-85, 1949.
SANTOS, Maria Juraci Zani dos Santos. Introdução à Biogeografia. Bol. De Geografia – UEM – Ano 3 – n°3 – Jan., 1985.
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