Tipos de mapas

Neste artigo vamos conhecer a origem da palavra mapa, os tipos de mapas existentes atualmente, bem como a sua utilidade e importância para a sociedade.

A origem da palavra mapa

A palavra mapa, de provável origem cartaginesa, significava “toalha de mesa”. Os navegadores e os negociantes, ao discutir sobre rotas, caminhos, localidades, etc., em locais públicos, rabiscavam diretamente nas toalhas (mapas), surgindo, daí, o documento gráfico, tão útil a todos.

O termo carta parece ser de origem egípcia, e significa papel, que vem diretamente de papiro. Num caso ou outro, é o material através do qual a comunicação se manifesta.

Nos países de língua inglesa há uma nítida diferença entre mapa e carta. “Tanto mapa quanto carta, naturalmente, se relacionam principalmente com a parte sólida do terreno, mas o mapa encarrega-se da parte descoberta, e a carta com a porção submersa.

Em suma, mapa é o termo mais geral, enquanto a carta é destinada unicamente à representação náutica ou marítima, lacustre e fluvial. Em francês só existe a palavra carta. A única exceção é o termo mappemonde.

Em português, como os dois vocábulos coexistem, carta e mapa têm, praticamente, tudo em comum. A tradição, entretanto, não permite que se chame mapa o documento ligado diretamente à navegação ou de cunho oceanográfico. Em decorrência do surgimento da navegação aérea, por analogia, temos carta aeronáutica ao lado de carta náutica.

Carta náutica e carta aeronáutica

Na imagem da esquerda é possível visualizar uma carta náutica enquanto que na imagem da direito há uma carta aeronáutica. Clique e arraste a seta que se localiza entre os dois mapas e veja as diferenças entre eles.

Carta Náutica e Carta aeronáutica. Fonte: Marinha do Brasil e Wikipédia

Há uma certa tendência, no Brasil, em empregar o termo mapa quando se trata de documento mais simples ou mais diagramático. Ao contrário, o documento mais complexo, ou mais detalhado, tende a ser denominado de carta. Quando, igualmente, se trata de série cartográfica, a tendência é chamar de carta.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dá a seguinte definição ao termo mapa:

“Representação gráfica, em geral de uma superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite”. A palavra carta tem a seguinte explicação:

“representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinadas a fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localização plana, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da Terra, subdividida em folhas de forma sistemática, obedecida a um plano nacional ou internacional”.

Classificação dos mapas

O professor de Geografia Paulo Roberto Fitz classifica os mapas de acordo com os objetivos propostos e com escala. Em relação aos objetivos, existem os seguintes mapas:

  • Genérico ou gerais,
  • Especiais ou técnicos,
  • Mapas temáticos,
  • Mapa ou carta imagem.

Em relação ao tipo de mapa de acordo com a escala:

  • Planta,
  • Carta cadastral,
  • Carta topográfica,
  • Carta geográfica.

O mapa genérico ou geral é basicamente desprovido de precisão técnica. É geralmente elaborado de forma que a grande maioria das pessoas possam entende-lo. É possível citar como exemplo os mapas destinados a representar a divisão política de um município, estado ou região. O mapa abaixo, por exemplo, representa a divisão dos estados da região nordeste. Trata-se de uma representação desprovida de grandes detalhes e de fácil entendimento por parte da população em geral.

Especiais ou técnicos

Este tipo de mapa é elaborado para um fim específico. São exemplos de mapas técnicos os mapas astronômicos, meteorológicos, turísticos e fitogeográficos. Logo abaixo é possível observar um mapa técnico com os valores de precipitação acumulada em 24 de Fevereiro de 2021.

Mapa meteorológico

Mapas temáticos

Também chamados de mapas-base, os mapas temáticos representam determinados aspectos ou temas sobre mapas já existentes. Este mapa faz uso de várias simbologias para facilitar o seu entendimento. É possível citar como exemplo os mapas geomorfológicos, geológicos, de solos e uso e ocupação da terra.

Carta imagem

Trata-se de um mapa que faz uso de imagens e que pode abranger diversos objetivos. A utilização de imagens tem como objetivo facilitar o entendimento dos objetos que estão sendo representados.

Carta Imagem do município de São José dos Campos: Fonte: INPE, 2021.

Tipos de mapas de acordo com a escala

Plantas

Enquanto a palavra planta seja mais usada, é, entretanto, sinônima de plano. A principal característica da planta é a exiguidade das dimensões da área representada. A outra é, sem dúvida, a ausência de qualquer referência a curvatura da Terra. O nosso Dicionário assim define: “Carta que representa uma área de extensão suficientemente restrita para que sua curvatura não precise ser levada em consideração constante”.

Tendo em vista que a representação se restringe a uma área muito limitada, a escala tende a ser muito grande e, em consequência, a aumentar o número de detalhes. Mas é a prevalência do aspecto da área diminuta que caracteriza a planta. A planta moderna, de origem fotogramétrica, além da riqueza de detalhes, é de suma precisão geométrica. Registremos contudo, que as plantas urbanas inglesas do século XIX não fugiam à riqueza de detalhes nem à precisão. “O mínimo detalhe das aléias e canteiros, a posição exata das árvores e o plano interno das igrejas apareciam nelas”.

Carta cadastral

Uma carta em escala grande, uma planta urbana, por exemplo, tem suas dimensões reais reduzidas à escala. É detalhada ao extremo, já que a escala o permite, e apresenta grande precisão métrica. Incluem-se entre as escalas grandes: 1:500, 1:1.000, 1:2.000, e 1:5.000. Em qualquer uma se pode construir uma carta urbana.  A escolha da escala depende duma série de fatores como: a) o tipo de área urbana (sobretudo no tocante à densidade demográfica); b) a finalidade precípua da carta; c) o orçamento do custo, já que, quanto maior a escala, mais caro o projeto. Não deve haver rigidez quanto ao ponto onde termina um tipo de escala e começa o outro. 

Carta topográfica

Entre os diferentes tipos de mapas, a carta topográfica é muito utilizada na área de mapeamento para fins de construção.

Quanto às escalas médias, as cartas que se produzem, atualmente, neste âmbito, têm o seguinte esquema: 1:25.000, 1:50.000, 1:100.000 e 1:250.000. É dentro desta gama que se situam as cartas topográficas.

Que é uma carta topográfica? É uma carta elaborada mediante um levantamento original, ou compilada de outras tipográficas existentes de escala maior, e que inclui os acidentes naturais e os artificiais (a obra do homem), permitindo a determinação de altitudes, e, ainda, em que os acidentes planimétricos a altimétricos são geometricamente bem representados.

Entre uma carta de 1:25 000 e outra de 1:250 000, há uma faixa considerável em que os detalhes do terreno variam muito, já que, na última, qualquer distância medida é dez vezes menor que a distância da primeira, as aplicações da cartas topográficas variam, igualmente, na mesma proporção. 

Para melhor situar o problema, consideremos o espaço físico, social, econômico e cultural do Brasil, que, como todos sabemos, é extremamente diversificado. Vamos dividir, agora, este espaço em quatro regiões fragmentadas, obedecidos os aspectos demográficos e socioeconômicos.

As folhas na escala de 1:25 000, cujas dimensões geográficas são de 7 minutos e 30 segundos (de latitude e longitude), nós a aplicaríamos no mapeamento das áreas de forte densidade demográfica (digamos, acima de 50 habitantes por km²), onde as atividades industriais ou agroindustriais são evidentes, e em que o desenvolvimento econômico e social se acha em fraca aceleração.

Carta geográfica

Compreende as escalas pequenas, as cartas ou mapas em 1:500 000 e menores. A cartografia francesa, em que pese a sua tradição e a excelência de toda a sua produção, ainda usa a categoria de cartas corográficas, as quais colocam entre 1: 200 000 e 1: 500 000. Como o termo corográfico, tanto na geografia quanto na cartografia brasileira, está inteiramente obsoleto, a partir de 1: 500 000 costumamos nos referir a cartas geográficas.

De acordo com o citado Dicionário da Associação Cartográfica Internacional, é uma carta elaborada numa escala suficientemente pequena para permitir a representação dos traços gerais duma região, dum conjunto de regiões ou dum continente.  

A representação planimétrica é feita através de símbolos que ampliam muito os objetivos correspondentes, alguns dos quais muitas vezes têm que ser bastante deslocados. A representação altimétrica é feita através de curvas de nível, cuja equidistância apenas dá uma ideia geral do relevo, e, em geral, lhe são empregadas cores hipsométricas.

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Referências consultadas

INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Tutorial de Geoprocessamento. 2005. Disponível em: <htpp://www.inpe.br>. Acesso em: 20/09/2016.

PIROLI, Edson Luís: Introdução ao geoprocessamento / Edson Luís Piroli. – Ourinhos: Unesp/Campus Experimental de Ourinhos, 2010.

TIMBÓ, Marcos A. Elementos de Cartografia. Belo Horizonte. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2001

INPE. Conceitos de Cartografia

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