Após sofrer um acidente, um chip é implantado em seu cérebro salvando a sua vida. Luke Gibson perde toda a sua memória e agora é direcionado a se comportar, comprar e pensar de acordo com uma empresa que representa os interesses de grandes multinacionais.
Fazendo uma analogia com a vida real é possível afirmar que neste exato momento você esteja sendo direcionado a agir de acordo com interesses de grandes corporações.
É lógico que você não possui nenhum chip implantado na cabeça, porém certas ações e decisões que tomamos no dia a dia são influenciadas por uma série de fatores que agindo juntos podem ser comparados a um “chip externo”. Tudo isso parece loucura, é verdade, mas não podemos admitir que ninguém está sendo vigiado enquanto navega na internet, caminha em direção ao trabalho ou ministra uma aula em uma escola cheia de câmeras por todo o lado.
A determinação de padrões
Determinar padrões e analisar correlações no espaço geográfico é algo que os geógrafos e cartógrafos fazem com grande excelência. O grande objetivo sempre foi identificar padrões detectáveis para prever diferentes cenários.
Não é novidade que os humanos se tornaram a muito tempo a mais valiosa das commodities para as grandes empresas no setor de tecnologia e varejo. Se antes a propaganda dos produtos se resumia aos comerciais no rádio e na TV, hoje esta propaganda ganhou tentáculos e se revela de várias formas.
Atualmente qualquer pessoa que possua celular com GPS está sendo seguido e mapeado por empresas como o Google ou Facebook. Mapas são elaborados a partir dos seus roteiros diários, mensais ou anuais, traçando uma perspectiva dos locais que você visitou.
Diante destas informações se torna fácil identificar padrões de deslocamento. E olha que não estamos falando ainda de padrões de consumo. E engana-se quem pensa que os padrões de deslocamento se dão somente no espaço geográfico. Na internet você está sendo seguido a todo momento. Já percebeu que ao visitar um site de compras, os produtos daquele site aparecem nas redes sociais que você acessa?
Todos nós estamos sendo vigiados e mapeados 24 horas por dia. Nossas informações estão sendo coletadas a todo momento e sendo vendidas para grandes empresas. Vender, influenciar a opinião da massa são os principais objetivos de quem adquire essa grande quantidade de informações sobre nossas vidas.
Em alguns lugares fugir do padrão geoespacial tem se tornado um grande problema
Soldados norte americanos da Air Force passam semanas a fio mapeamento todos os deslocamentos de possíveis suspeitos de atos terroristas. Estes deslocamentos são mapeamentos por meio de drones capazes de permanecer um dia inteiro sobrevoando um local. Se estes suspeitos saem do padrão, ou seja, perfazem uma rota que não estão costumados a fazer, logo passam para uma categoria de pessoas que merecem atenção redobrada. É assim que muitos civis inocentes estão morrendo no Afeganistão e em outros lugares. O simples ato de fugir do padrão geoespacial se configura como um ato de suspeita.
Somos mapeados do ponto de vista espacial e vigiados no âmbito digital. Isso denota que atualmente a geografia não é mais plana, superficialmente territorial. Atualmente a geografia também se faz no âmbito digital.
A fusão dos dados sociais, espaciais e temporais; estas são as três dimensões que constituem atualmente a caracterização de uma vida humana na prática. E estes dados constituem a joia mais valiosa para as grandes corporações e para os governos centralizadores.
A armazenagem destes dados, que descrevem a sua vida e seus padrões de comportamento, fazem parte do BIG DATA que levam a insights e tomada de decisões e ações estratégias para os negócios de grandes empresas.
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